Como a osteonecrose do quadril pode afetar jovens e adultos?
Postado em: 07/02/2025

A Osteonecrose do Quadril é uma condição que ocorre quando o fluxo sanguíneo para a cabeça do fêmur, o osso da coxa, é interrompido. Essa interrupção pode levar à morte das células ósseas, resultando em danos progressivos à articulação e, em muitos casos, ao desenvolvimento de artrite grave.
Também chamada de necrose avascular ou necrose asséptica, a osteonecrose é mais comum no quadril, especialmente na cabeça do fêmur. Em geral, afeta ambos os lados, o que compromete a mobilidade.
Jovens e adultos podem ser acometidos, o que limita atividades no trabalho, lazer e até na prática de esportes, afetando diretamente a qualidade de vida.
Se você quer saber mais sobre as causas, os sintomas e as opções de tratamento dessa condição, continue lendo.
Causa
A osteonecrose do quadril se desenvolve quando há uma interrupção no suprimento de sangue para a cabeça femoral. Sem uma nutrição adequada, o osso dessa região começa a morrer e, gradualmente, entra em colapso.
Esse processo leva à deterioração da cartilagem articular que reveste os ossos do quadril, resultando em artrite incapacitante. Embora a osteonecrose possa afetar pessoas de qualquer idade, é mais comum entre os 40 e 65 anos e ocorre com maior frequência em homens do que em mulheres.
Fatores de risco
A causa exata da interrupção do fornecimento sanguíneo que leva à osteonecrose do quadril nem sempre é clara. Diversos fatores de risco podem aumentar a probabilidade de desenvolver essa condição. Quero destacar os fatores que você deve conhecer:
- Traumas: lesões na articulação do quadril, como fraturas e luxações, podem danificar os vasos sanguíneos e reduzir o fluxo de sangue para a cabeça do fêmur;
- Uso excessivo de álcool: o consumo excessivo de álcool ao longo do tempo pode provocar depósitos de gordura nos vasos sanguíneos, diminuindo o fornecimento de sangue para os ossos;
- Medicamentos corticoides: muitas doenças, como asma e artrite reumatoide, são tratadas com esteroides. Embora a relação exata não tenha sido totalmente compreendida, estudos indicam uma conexão entre o uso prolongado de corticoides e o desenvolvimento de osteonecrose;
- Condições médicas específicas: a osteonecrose está associada a várias enfermidades, como doença de Caisson, anemia falciforme, distúrbios mieloproliferativos, doença de Gaucher, lúpus, trombose e vasculite.
Sintomas iniciais da osteonecrose do quadril
Os sinais iniciais de osteonecrose do quadril podem ser discretos, o que leva muitos pacientes a ignorar até que a condição se torne mais avançada. Reconhecer esses sintomas precocemente é fundamental para um diagnóstico rápido e eficaz.
- Dor no quadril, virilha ou glúteo: a dor surge durante atividades que exercem pressão sobre a articulação, como caminhar, subir escadas ou permanecer em pé por longos períodos. À medida que a condição progride, a dor pode se tornar constante, surgindo até mesmo durante o repouso ou à noite;
- Rigidez articular: a sensação de rigidez, especialmente ao acordar ou após períodos prolongados de inatividade, é um indicativo comum nos estágios iniciais da doença;
- Dificuldade de movimentação: limitações nos movimentos do quadril, como dificuldade para realizar tarefas simples, como calçar sapatos ou meias, podem sinalizar a progressão da osteonecrose.
Progressão dos sintomas
À medida que a osteonecrose do quadril avança, os sintomas tornam-se mais intensos e debilitantes, afetando a qualidade de vida. Os sinais mais evidentes incluem:
- Intensificação da dor: o desconforto pode atingir níveis incapacitantes, dificultando atividades básicas e afetando o bem-estar geral;
- Atrofia muscular: a redução da atividade física devido à dor pode levar ao enfraquecimento dos músculos ao redor do quadril, agravando a limitação funcional;
- Crepitação: estalos ou ruídos na articulação podem surgir, causando danos significativos nas superfícies ósseas.
Exames diagnósticos
- Raios-X: podem mostrar alterações nas fases avançadas;
- Ressonância magnética: detecta alterações precoces;
- Tomografia computadorizada: avalia o grau de comprometimento ósseo.
Tratamento da osteonecrose do quadril
Como especialista em cirurgia do quadril, destaco que, embora opções não cirúrgicas – como medicamentos anti-inflamatórios, ajustes nas atividades e o uso de muletas – podem aliviar a dor e retardar a progressão da doença, as intervenções cirúrgicas costumam oferecer resultados mais eficazes.
Descompressão e enxerto
Um dos procedimentos que realizo envolve a perfuração de um ou vários furos na cabeça do fêmur para aliviar a pressão no osso e criar canais para novos vasos sanguíneos nutrirem as áreas afetadas do quadril.
Este procedimento é combinado com enxertos ósseos e de cartilagem, que ajudam a regenerar o osso saudável e dar suporte à cartilagem na articulação do quadril. Os enxertos podem ser obtidos de um doador (aloenxerto) ou do próprio corpo do paciente (autoenxerto). Estão disponíveis também enxertos ósseos sintéticos.
Enxerto de fíbula vascularizado
Outra abordagem cirúrgica envolve o enxerto de fíbula vascularizado, em que um segmento de osso da perna é retirado junto com seu suprimento sanguíneo e transplantado para a área afetada no fêmur.
Substituição total do quadril
Se a osteonecrose avançar a ponto de causar o colapso da cabeça femoral, a substituição total do quadril torna-se o tratamento mais indicado. Neste procedimento, substituo o osso e a cartilagem danificados por novas superfícies articulares de metal ou plástico, restaurando a função do quadril.
Se você sente dores ou limitações no quadril, agende uma consulta comigo. Vamos avaliar sua situação e definir o melhor tratamento para recuperar sua mobilidade e qualidade de vida. Entre em contato para ter uma vida mais ativa!
Dr. Gustavo Martins Fontes
Ortopedia e Traumatologia – Cirurgia do Quadril
CRM-SP: 116.821 I RQE: 11551
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