Sintomas de Tendinite: Como Identificar e Quando Procurar Ajuda

Postado em: 23/09/2024

Sintomas de Tendinite Como Identificar e Quando Procurar Ajuda
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A Tendinite é uma inflamação ou irritação dos tendões, estruturas fibrosas que conectam os músculos aos ossos. Identificar seus sintomas precocemente é crucial para evitar complicações e promover uma recuperação mais rápida. 

Neste artigo, você vai conhecer em detalhes sinais que indicam essa condição e quando é necessário procurar ajuda médica.

Continue lendo para entender melhor os sintomas de tendinite, suas causas e as medidas que podem ser tomadas para aliviar o desconforto e prevenir agravamentos!

O que é a tendinite?

ATendinite é a inflamação de um tendão — estrutura fibrosa que conecta os músculos aos ossos, permitindo a movimentação das articulações. 

Essa condição ocorre quando o tendão é submetido a um esforço repetitivo ou exagerado, sem o tempo adequado de descanso e recuperação. 

O processo inflamatório resulta em dor localizada, sensibilidade, inchaço e, muitas vezes, limitação de movimentos.

A tendinite pode afetar qualquer região do corpo, mas é mais comum em áreas com grande demanda de movimento, como o quadril, ombros, cotovelos, punhos, joelhos e tornozelos. 

Em muitos casos, ela surge de forma gradual, com sintomas que pioram ao longo do tempo se a causa não for corrigida.

Quais as causas comuns da tendinite?

A seguir, confira os principais fatores que contribuem para o desenvolvimento da tendinite:

  • Movimentos repetitivos: são a principal causa. Atividades que exigem o uso contínuo dos mesmos grupos musculares — como digitar, costurar, carregar peso ou usar ferramentas — geram sobrecarga progressiva sobre os tendões.
  • Lesões esportivas: exercícios intensos, falta de aquecimento ou técnica inadequada podem provocar microlesões nos tendões, favorecendo inflamações. Esportes como tênis, corrida, musculação e natação estão entre os mais associados à tendinite.
  • Postura incorreta: manter o corpo desalinhado durante o trabalho, ao usar o celular ou em momentos de descanso pode tensionar os tendões de forma crônica, principalmente na região cervical e nos ombros.
  • Idade avançada: com o envelhecimento, os tendões tornam-se menos elásticos e mais suscetíveis a inflamações, principalmente após esforços intensos ou repetitivos.
  • Doenças sistêmicas: condições como artrite reumatoide, diabetes e doenças autoimunes podem comprometer os tecidos conjuntivos, incluindo os tendões, favorecendo inflamações mesmo com esforços leves.

A compreensão dessas causas é essencial para prevenir a tendinite e agir precocemente em casos de desconforto persistente.

Quais são os sintomas de tendinite que você deve observar?

A tendinite, embora muitas vezes silenciosa em seus estágios iniciais, tende a se manifestar com sinais bastante característicos. 

Reconhecer os sintomas precocemente é essencial para evitar o agravamento da inflamação, preservar a funcionalidade do tendão e iniciar um tratamento eficaz.

A seguir, destaco os principais sinais que merecem atenção, principalmente se forem persistentes ou surgirem após esforço repetitivo:

Dor no tendão afetado

A dor é o sintoma mais comum e também o mais limitante da tendinite. 

Ela pode surgir de forma leve e evoluir com o tempo, ou aparecer subitamente após uma atividade mais intensa.

São características comuns na tendinite:

  • Dor aguda ou em queimação localizada no ponto exato do tendão.
  • Desconforto ao movimentar a articulação associada, como levantar o braço, girar o punho ou subir escadas.
  • Intensificação da dor durante a atividade física ou ao realizar tarefas que envolvam o uso do tendão inflamado.
  • Em alguns casos, a dor também pode irradiar para áreas próximas, às vezes confundindo o diagnóstico com lesões musculares.

Inchaço e sensibilidade

O processo inflamatório pode provocar alterações visíveis e perceptíveis ao toque na região do tendão:

  • Inchaço ao redor do tendão afetado, especialmente em áreas como punhos, tornozelos e cotovelos.
  • Sensibilidade aumentada, com dor ao toque leve ou ao pressionar a área, mesmo fora de atividades.
  • O inchaço pode ser discreto nos estágios iniciais, mas se torna mais evidente em casos de sobrecarga contínua.

Rigidez articular

A rigidez é mais comum ao acordar ou após longos períodos de repouso, sendo sinais de alerta:

  • Dificuldade para movimentar a articulação normalmente nos primeiros movimentos do dia.
  • Perda de amplitude de movimento, como não conseguir esticar totalmente o braço ou dobrar o joelho.

Essa rigidez tende a melhorar com o aquecimento, mas pode retornar rapidamente ao repousar novamente.

Vermelhidão e calor

Além dos sintomas mecânicos, a inflamação local pode provocar alterações vasculares perceptíveis. Pode haver:

  • Vermelhidão na pele sobre o tendão inflamado, principalmente nos casos mais agudos.
  • Sensação de calor na região, sinal de aumento do fluxo sanguíneo como resposta inflamatória.
  • Em situações mais avançadas, também pode ocorrer uma sensação de latejamento ou pulsação local.

Outros sintomas associados

Além dos sinais locais, a tendinite também pode provocar, em alguns casos:

  • Fraqueza muscular, especialmente quando o tendão afetado está em uso constante, como nos ombros ou punhos.
  • Sons ou estalos ao movimentar a articulação, em casos em que há atrito no tendão inflamado.
  • Interferência no sono, quando a dor é contínua e se agrava durante a noite ou ao mudar de posição.

Quais os fatores de risco para o desenvolvimento de tendinite?

Alguns fatores aumentam significativamente a probabilidade de desenvolver tendinite ao longo da vida. 

Identificar esses fatores pode ajudar na prevenção e na adaptação da rotina para reduzir sobrecargas. Eles incluem:

  • Idade: após os 40 anos, os tendões perdem elasticidade e se tornam mais suscetíveis a lesões inflamatórias mesmo com esforços leves.
  • Profissões específicas: pessoas que utilizam repetidamente os mesmos grupos musculares no trabalho — como pintores, digitadores, músicos, cabeleireiros e operários — apresentam risco elevado.
  • Atividades esportivas repetitivas: esportes como tênis, golfe, corrida, natação, musculação e ciclismo exigem muito de determinados tendões, principalmente quando não há orientação técnica adequada.
  • Má postura: a postura incorreta ao sentar, caminhar ou levantar objetos coloca tensão desnecessária sobre certas articulações, como pescoço, ombros e coluna.
  • Uso excessivo de eletrônicos: o uso prolongado de celulares e computadores pode desencadear tendinites nas mãos, punhos e antebraços — quadro comum conhecido como “tendinite do smartphone”.
  • Falta de pausas e alongamento: manter o corpo em uma posição ou função por horas seguidas, sem pausas regulares e sem o preparo físico adequado, favorece o desenvolvimento da inflamação.

Observar e respeitar os sinais do corpo é essencial. 

Se os sintomas forem frequentes ou impedirem a realização de tarefas cotidianas, o ideal é procurar um ortopedista para diagnóstico preciso e início do tratamento adequado. 

Quanto mais cedo for feita a intervenção, maiores são as chances de recuperação completa e prevenção de complicações.

Como é feito o diagnóstico da tendinite?

Um médico avaliará os sintomas e poderá solicitar exames para confirmar o diagnóstico.

São exames comuns no processo:

  • Exame físico: avaliação da dor e amplitude de movimento.
  • Ultrassonografia: visualiza inflamações e lesões nos tendões.
  • Ressonância magnética: detalha estruturas moles e identifica danos.

Quais são os tratamentos disponíveis para a tendinite?

O tratamento da tendinite tem como objetivo aliviar a dor, reduzir a inflamação e restaurar a funcionalidade do tendão afetado. 

A abordagem deve ser sempre escolhida junto de um ortopedista qualificado e depende do grau da lesão, do tempo de evolução e da resposta do paciente às medidas iniciais. 

Na maioria dos casos, o tratamento conservador é suficiente para alcançar bons resultados, mas em situações mais graves, podem ser necessárias intervenções mais específicas.

A seguir, conheça as principais estratégias terapêuticas para o manejo da tendinite:

Medidas conservadoras

Nos estágios iniciais da tendinite, o foco é controlar os sintomas e impedir a progressão da inflamação. 

Algumas medidas simples e acessíveis, que devem sempre ser realizadas sob prescrição médica, podem ser muito eficazes, como, por exemplo:

  • Repouso: suspender ou adaptar temporariamente a atividade que causou a sobrecarga é fundamental. Isso dá ao tendão o tempo necessário para iniciar o processo de regeneração e evita o agravamento da lesão.
  • Compressão: o uso de bandagens elásticas ou faixas de suporte auxilia na estabilização da área inflamada, reduzindo o edema e proporcionando alívio mecânico.
  • Elevação: manter o membro afetado elevado, principalmente no caso de tendinites em braços ou pernas, favorece o retorno venoso e diminui a retenção de líquidos, aliviando o inchaço.
  • Medicação: quando prescritos por um médico, medicamentos ajudam a controlar a inflamação e proporcionar conforto ao paciente. Podem ser usados por via oral ou tópica (em forma de pomadas).

Essas intervenções iniciais são importantes para controlar o quadro e preparar o paciente para a reabilitação funcional, que deve ser conduzida com o apoio da fisioterapia.

Fisioterapia

A fisioterapia tem um papel essencial tanto na fase de recuperação quanto na prevenção de novas lesões. 

Após o controle da dor aguda, o foco passa a ser a reeducação funcional e o fortalecimento da estrutura envolvida.

A fisioterapia para tendinite costuma envolver:

  • Exercícios de alongamento e fortalecimento: são fundamentais para devolver a flexibilidade e a resistência aos tendões. Os alongamentos ajudam a liberar a tensão, enquanto o fortalecimento protege o tendão contra futuras sobrecargas.
  • Terapias manuais: técnicas de mobilização, massagem e liberação miofascial ajudam a aliviar a tensão muscular, reduzir aderências e melhorar a circulação na região inflamada.
  • Reeducação postural e ergonômica: a fisioterapia também ensina o paciente a corrigir vícios de postura e a melhorar seus padrões de movimento, evitando que a sobrecarga se repita.

O plano fisioterapêutico é sempre individualizado, considerando o local da lesão, o tipo de atividade do paciente e seu ritmo de recuperação.

Intervenções complementares

Quando as abordagens conservadoras não são suficientes, ou quando a dor persiste por mais de três a seis meses, intervenções médicas complementares podem ser indicadas. 

São exemplos que podem ser considerados:

  • Injeções de corticoides: utilizadas para reduzir a inflamação de forma mais direta e rápida. Embora eficazes, devem ser aplicadas com cautela, pois o uso repetido pode fragilizar os tendões.
  • Terapia por ondas de choque: um tratamento não invasivo que utiliza pulsos mecânicos para estimular a cicatrização do tecido tendíneo. Costuma ser indicado em tendinites crônicas ou de difícil resolução.
  • Plasma rico em plaquetas (PRP): em alguns casos, pode-se optar pela injeção de substâncias regenerativas, como o PRP, que contém fatores de crescimento obtidos do próprio sangue do paciente.
  • Cirurgia: é a última alternativa, indicada quando há rupturas parciais ou totais, ou quando o tendão apresenta alterações estruturais irreversíveis. O procedimento pode envolver a reparação direta do tendão ou a remoção de tecidos degenerados.

Como é a recuperação pós-tratamento da tendinite?

Após qualquer forma de tratamento, é essencial manter cuidados contínuos para garantir que o tendão cicatrize de forma adequada. 

O paciente deve:

  • Respeitar os prazos de repouso e retorno gradual às atividades físicas.
  • Continuar com exercícios orientados mesmo após a resolução dos sintomas.
  • Evitar hábitos posturais ou gestos repetitivos que causaram o problema inicialmente.
  • Monitorar possíveis sinais de recorrência, como dor localizada ou perda de força.

Como evitar a tendinite?

Adotar medidas preventivas pode minimizar o risco de desenvolver os sintomas.

Dicas de prevenção da tendinite incluem:

  • Aquecimento adequado antes de atividades físicas.
  • Alongamentos regulares para manter a flexibilidade.
  • Fortalecimento muscular: programas de exercícios específicos.
  • Ergonomia no trabalho: ajustar mobiliário e ferramentas.
  • Pausas frequentes em atividades repetitivas.

Reconhecer os sintomas de tendinite é essencial para um tratamento eficaz e para a prevenção de complicações. Se você apresenta algum dos sintomas mencionados, é importante procurar ajuda profissional.

Não ignore os sinais do seu corpo: entre em contato para marcar uma consulta!

Dr. Gustavo Martins Fontes
Ortopedia e Traumatologia
CRM – 116.821 RQE – 11551

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