O que é Tendinite? Um guia completo para entender a condição

Postado em: 12/02/2025

O que é Tendinite
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A Tendinite no quadril é uma condição inflamatória que afeta os tendões – as robustas faixas de tecido que ligam os músculos aos ossos – na região dessa articulação. 

Embora a tendinite possa ocorrer em várias partes do corpo, no quadril ela é particularmente problemática devido à importância crucial dessa articulação na sustentação do peso do corpo e na realização de movimentos fundamentais. 

Este guia oferece uma visão abrangente sobre o que é a tendinite no quadril, quais são seus sintomas, causas e as melhores práticas de tratamento e prevenção!

Sintomas da tendinite no quadril

A tendinite no quadril é uma condição que pode comprometer seriamente a mobilidade e o conforto do paciente, dificultando tarefas cotidianas como caminhar, subir escadas ou permanecer sentado por muito tempo. 

Os sintomas da tendinite se desenvolvem de forma gradual e tendem a piorar com o tempo se não tratados adequadamente. A seguir, conheça alguns dos mais comuns:

  • Dor ao movimento: é o sintoma mais característico. A dor costuma surgir ou se intensificar durante atividades físicas como caminhada, corrida, pedalar ou subir degraus. Também pode piorar após ficar muito tempo em repouso, como ao levantar-se da cama ou de uma cadeira. Em muitos casos, o paciente refere um desconforto profundo e difuso, difícil de localizar com precisão, o que pode atrasar o diagnóstico.
  • Rigidez articular: o quadril pode apresentar rigidez ao acordar ou após longos períodos na mesma posição. O paciente sente dificuldade para iniciar movimentos e pode notar uma redução na amplitude articular, especialmente ao girar o quadril ou cruzar as pernas. Essa limitação tende a impactar diretamente a rotina e a capacidade de realizar tarefas simples, como vestir-se ou entrar no carro.
  • Sensibilidade ao toque: a região ao redor do osso do quadril ou da virilha pode ficar dolorida ao toque. Essa sensibilidade é comum em tendinites do glúteo médio, psoas ou iliotibial, tendões frequentemente afetados. Em alguns casos, pode haver dor localizada na lateral do quadril, que se intensifica ao deitar-se sobre o lado acometido.
  • Inchaço ou calor local: embora não seja tão comum quanto em outras regiões do corpo, pode ocorrer um leve inchaço ou sensação de calor na área afetada, especialmente em casos mais avançados da inflamação. Isso pode ser acompanhado por vermelhidão discreta e aumento da tensão muscular ao redor.

Além desses sintomas, alguns pacientes relatam claudicação leve (mancar), dificuldade para realizar exercícios de resistência ou apoio unilateral e episódios recorrentes de dor após esforço físico, mesmo de baixa intensidade. 

Sinais como esses não devem ser ignorados, pois indicam que a inflamação pode estar se tornando crônica.

Quais as causas da tendinite no quadril?

ATendinite no quadril é frequentemente desencadeada por sobrecarga funcional dos tendões, especialmente em pessoas que mantêm uma rotina de esforço físico repetitivo sem o devido condicionamento muscular

As principais causas incluem:

  • Atividade física excessiva: esportes como corrida, dança, futebol e crossfit exigem movimentos repetitivos ou de impacto que sobrecarregam os tendões do quadril. A falta de preparo físico, aquecimento inadequado ou técnica incorreta aumenta ainda mais esse risco.
  • Sobrecarga e esforço repetitivo: levantar objetos pesados sem proteção adequada da musculatura, subir escadas com frequência ou realizar movimentos de torção de forma incorreta são exemplos de ações que podem levar à inflamação tendínea.
  • Desalinhamento postural e fraqueza muscular: desequilíbrios na força entre os grupos musculares do tronco, glúteos e quadris provocam compensações biomecânicas, sobrecarregando tendões específicos, como os do glúteo médio ou do iliopsoas.
  • Envelhecimento natural: com o passar dos anos, os tendões perdem parte de sua elasticidade e capacidade regenerativa, tornando-se mais vulneráveis a microtraumas e inflamações, mesmo em situações de esforço moderado.

Em muitos casos, a tendinite no quadril é multifatorial, e a soma de fatores como sedentarismo, má postura e retorno precoce às atividades após uma lesão anterior contribui para o surgimento ou agravamento do quadro.

Como funciona o tratamento da tendinite no quadril?

O tratamento da tendinite no quadril tem como principal objetivo reduzir a dor, controlar a inflamação e restaurar a função do tendão afetado, permitindo que o paciente retorne às suas atividades com segurança e conforto. 

A boa notícia é que, na maioria dos casos, o tratamento é não cirúrgico e bastante eficaz, desde que iniciado corretamente e com orientação profissional.

Confira a seguir as principais medidas que podem ser indicadas pelo ortopedista!

Repouso e adaptação de atividades

O repouso é uma etapa essencial no início do tratamento da tendinite no quadril, mas deve ser realizado de forma estratégica

Evitar atividades que causam dor direta ou agravamento dos sintomas permite que o processo inflamatório se estabilize e o tendão inicie sua recuperação natural. 

Isso inclui, por exemplo, suspender temporariamente práticas esportivas, reduzir o tempo em pé e evitar esforços que exijam o uso intenso da articulação do quadril, como levantar peso ou fazer movimentos de rotação com carga.

Em casos de dor mais intensa ou dificuldade para caminhar, pode ser indicada a utilização de apoios como bengalas ou muletas por um período curto, aliviando a pressão sobre o tendão inflamado e permitindo que o paciente mantenha certa mobilidade com segurança.

É essencial consultar um médico para entender o que você pode e o que você não deve fazer, considerando sempre as particularidades do seu corpo e do seu caso de tendinite.

Durante a fase de repouso, é importante respeitar os sinais do corpo: se determinada atividade provoca dor ou desconforto, ela deve ser interrompida ou adaptada. 

O retorno às atividades regulares deve ser gradual e orientado por um profissional. 

Uso de medicamentos prescritos 

O ortopedista pode prescrever medicamentos para ajudar a lidar com a dor e a inflamação.

É fundamental, porém, que o paciente sempre siga as orientações do profissional e jamais pratique a automedicação.

Se automedicar impede que o tratamento da tendinite seja realizado de forma precisa e assertiva, não resolvendo a raiz do problema mesmo que proporcione alívio. 

Fisioterapia 

É uma das abordagens que costumam ser mais importantes no tratamento da tendinite.

Exercícios adequados, acompanhados por um fisioterapeuta qualificado, fortalecem as estruturas afetadas, promovendo recuperação e prevenção de novos problemas.

Abordagens complementares

Além do tratamento convencional com medicamentos e fisioterapia, alguns casos de tendinite no quadril podem se beneficiar de terapias complementares, que auxiliam na redução da dor, na aceleração da cicatrização e na melhora da função.

São exemplos de abordagens que podem ser consideradas junto ao seu médico:

  • Ondas de choque: essa técnica utiliza ondas acústicas de alta intensidade aplicadas diretamente na região afetada. O estímulo mecânico favorece a formação de novos vasos sanguíneos e acelera a regeneração do tendão, sendo especialmente útil em tendinites crônicas que não respondem bem a outros tratamentos.
  • Acupuntura: aplicação de agulhas em pontos específicos para estimular o sistema nervoso e promover alívio da dor, redução da inflamação e relaxamento muscular. Pode ser usada como terapia complementar durante todo o processo de reabilitação.
  • Bandagens funcionais (kinesio taping): São fitas elásticas aplicadas sobre a pele para dar suporte à articulação, melhorar a propriocepção e aliviar a tensão sobre os tendões. Auxiliam na proteção durante atividades leves e nos estágios iniciais de retorno às funções.

Cirurgia (casos excepcionais)

A cirurgia é indicada apenas em situações específicas, como ruptura parcial ou total do tendão, formação de calcificações persistentes ou falha no tratamento clínico após vários meses. 

O procedimento pode envolver a sutura do tendão lesionado, descompressão local ou remoção de tecido degenerado

A reabilitação pós-cirúrgica exige acompanhamento rigoroso, com fisioterapia progressiva, mas os resultados costumam ser positivos quando há boa indicação cirúrgica.

Com o tratamento adequado, os pacientes com tendinite apresentam melhora significativa em poucas semanas. O acompanhamento contínuo com um ortopedista e um fisioterapeuta é essencial para garantir que a recuperação seja completa e sem recidivas.

Como prevenir a tendinite no quadril?

A prevenção da tendinite no quadril envolve cuidados com o corpo no dia a dia e atenção à forma como atividades físicas e profissionais são realizadas. 

Evitar sobrecarga nos tendões é o caminho mais seguro para preservar a mobilidade e evitar quadros dolorosos que exigem afastamento das atividades. 

A seguir, confira estratégias importantes que complementam os cuidados já citados!

Controle do volume e da intensidade das atividades

Um dos erros mais comuns que levam à tendinite é o aumento súbito da carga de exercícios ou da intensidade das tarefas.

Respeitar os limites do corpo e progredir gradualmente nos treinos ajuda a evitar microlesões nos tendões.

É fundamental alternar dias de maior intensidade com dias de descanso ou atividades leves, especialmente para quem pratica esportes de impacto.

Pausas durante o dia

Para quem trabalha em pé por longos períodos, ou sentado com o quadril constantemente flexionado, é essencial incluir pausas frequentes para se movimentar e alongar.

Levantar-se, caminhar por alguns minutos ou realizar movimentos leves ajuda a estimular a circulação e evitar rigidez articular.

Avaliação postural e biomecânica

Consultar um fisioterapeuta ou educador físico para avaliar desalinhamentos corporais ou desequilíbrios musculares pode ser um diferencial importante na prevenção.

Condições como escoliose, assimetrias pélvicas ou fraqueza dos músculos estabilizadores aumentam a sobrecarga nos tendões do quadril.

Portanto, corrigir esses fatores reduz o risco de lesão a longo prazo.

Hidratação adequada

Manter-se bem hidratado é essencial para a saúde dos tecidos moles, incluindo tendões e músculos.

A água participa da lubrificação das articulações e favorece a elasticidade dos tendões, ajudando a prevenir lesões por atrito ou esforço repetitivo.

Incorporar essas medidas à rotina pode fazer toda a diferença na preservação da saúde articular e na prevenção da tendinite no quadril. 

A soma de cuidados simples resulta em mais segurança e bem-estar ao longo da vida.

Entender a tendinite no quadril é o primeiro passo para gerenciar eficazmente essa condição dolorosa e incapacitante. Reconhecer sinais precoces e buscar tratamento adequado pode ajudar a minimizar o impacto dessa doença na sua qualidade de vida. 

Conclusão

A tendinite no quadril, embora comum, não precisa ser uma condição limitante. Com o diagnóstico correto, tratamento adequado e medidas preventivas eficazes, os indivíduos podem gerenciar seus sintomas e até prevenir a recorrência desse quadro. 

Se você está enfrentando dor no quadril ou outros sintomas de tendinite, não deixe de consultar um especialista em ortopedia

Em minha prática clínica, busco sempre fornecer avaliações abrangentes e planos de tratamento personalizados, que se concentram na recuperação da funcionalidade e na redução da dor. 

Agendar uma consulta é o primeiro passo para retomar um estilo de vida ativo e saudável, livre das restrições da tendinite no quadril!

Vamos conversar? Não deixe de entrar em contato para marcar seu horário!

Dr. Gustavo Martins Fontes
Ortopedia e Traumatologia
CRM – 116.821 RQE – 11551

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