As principais causas da Tendinite: um olhar detalhado

Postado em: 25/11/2024

As principais causas da Tendinite: um olhar detalhado
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A Tendinite é uma inflamação dolorosa dos tendões, estruturas que conectam os músculos aos ossos e são fundamentais para a realização de movimentos. 

Essa condição é comum em várias partes do corpo, como ombros, cotovelos, pulsos, joelhos e tornozelos, e pode prejudicar tanto atletas quanto pessoas com atividades rotineiras repetitivas. 

Embora a tendinite tenha diferentes causas, muitos fatores contribuem para o seu desenvolvimento, especialmente movimentos repetitivos, sobrecarga e envelhecimento dos tecidos.

Compreender essas causas é essencial para prevenir e tratar a condição de forma eficaz. 

A seguir, vou explicar os principais fatores que levam ao desenvolvimento dessa condição. Continue a leitura para conferir!

O que é a tendinite?

ATendinite é uma inflamação ou irritação nos tendões, que são as estruturas fibrosas responsáveis por conectar os músculos aos ossos. 

Esses tecidos desempenham um papel essencial nos movimentos corporais, pois transmitem a força gerada pelos músculos para os ossos, permitindo ações como caminhar, levantar o braço, digitar ou correr.

Quando ocorre uma inflamação, o tendão perde parte de sua elasticidade natural e passa a responder com dor, desconforto e limitação de movimento. 

A tendinite pode surgir em qualquer parte do corpo onde há uma conexão entre músculo e osso, mas é mais comum em regiões que realizam movimentos repetitivos ou sofrem maior sobrecarga no dia a dia.

As áreas mais frequentemente afetadas incluem:

  • Quadris;
  • Ombros;
  • Cotovelos;
  • Punhos;
  • Joelhos;
  • Tornozelos.

Os sintomas da tendinite variam conforme a localização e o grau da inflamação, mas geralmente podem envolver:

  • Dor localizada, que piora com o movimento.
  • Sensação de calor ou inchaço na região afetada.
  • Rigidez ou dificuldade para mover a articulação.
  • Sensibilidade ao toque.
  • Em casos mais avançados, dor mesmo em repouso.

A tendinite pode surgir de forma aguda, com início repentino após uma atividade específica, ou desenvolver-se de maneira progressiva, com sintomas que se intensificam ao longo dos dias ou semanas. 

A identificação precoce dos sinais e a busca por avaliação médica ajudam a evitar a progressão para quadros crônicos e mais limitantes.

Quais são as causas mais comuns da tendinite?

Movimentos repetitivos e esforço excessivo

Uma das causas mais frequentes da tendinite é o esforço repetitivo, que sobrecarrega os tendões ao longo do tempo

Atividades que exigem o uso constante dos mesmos grupos musculares, como digitar, praticar esportes, tocar instrumentos musicais ou realizar tarefas manuais, podem levar à inflamação dos tendões. 

Essa sobrecarga contínua gera microtraumas nos tecidos, que, sem tempo adequado de recuperação, evoluem para a tendinite.

Algumas das atividades que comumente causam tendinite incluem:

  • Prática de esportes como tênis, golfe e corrida.
  • Profissões que exigem movimentos repetitivos, como digitadores e operários.
  • Tarefas domésticas intensivas, como limpar e cozinhar.
  • Tocar instrumentos, especialmente os que exigem movimentos constantes dos dedos, como guitarra ou piano

A sobrecarga nos tendões devido a essas atividades pode resultar em inflamação e, eventualmente, em lesões mais graves.

Envelhecimento e desgaste natural dos tendões

Com o passar dos anos, os tendões perdem elasticidade e se tornam mais suscetíveis a lesões. 

O envelhecimento é um dos fatores que aumentam o risco de tendinite, já que os tendões tendem a se desgastar e tornam-se menos flexíveis. 

Em pessoas idosas, o processo natural de envelhecimento torna os tecidos menos resistentes ao esforço físico, facilitando o surgimento de inflamações.

A perda de elasticidade dos tendões com a idade pode ser explicada por:

  • Diminuição da produção de colágeno, proteína essencial para a resistência e flexibilidade dos tendões.
  • Redução do fluxo sanguíneo nas áreas dos tendões, o que limita a capacidade de recuperação e reparação dos tecidos.
  • Maior predisposição a lesões devido à fragilidade natural dos tecidos com o passar do tempo.

Esses fatores fazem com que os idosos sejam mais vulneráveis ao desenvolvimento de tendinites, especialmente se continuarem com atividades intensas sem cuidado.

Fatores biomecânicos e postura inadequada

Fatores como postura inadequada, desalinhamento dos ossos e desequilíbrios musculares também contribuem para a tendinite. 

Um movimento realizado com postura incorreta ou o uso repetitivo de uma técnica inadequada, especialmente em atividades físicas, aumenta o risco de sobrecarregar os tendões de forma desigual. 

Isso gera uma pressão concentrada em áreas específicas, elevando a probabilidade de inflamação.

Como a biomecânica influencia a tendinite?

Dentre os principais fatores biomecânicos que influenciam o desenvolvimento de tendinite, destacam-se:

  • Uso inadequado de técnicas em esportes e atividades físicas.
  • Desalinhamento ósseo que sobrecarrega tendões específicos.
  • Desequilíbrios musculares que provocam compensação e estresse nos tendões.

Com a orientação apropriada de um profissional, como um fisioterapeuta ou educador físico, é possível corrigir esses problemas e evitar o surgimento de tendinites.

Por isso, é recomendável que você converse com um profissional qualificado assim que começar a praticar algum esporte ou atividade, mesmo que de forma amadora.

Doenças e condições pré-existentes

Algumas doenças crônicas podem predispor uma pessoa à tendinite

Condições como diabetes e artrite reumatoide, por exemplo, afetam os tendões, tornando-os mais vulneráveis a inflamações e lesões. 

Além disso, o uso prolongado de certos medicamentos, como antibióticos do grupo das fluoroquinolonas, está associado ao aumento do risco de tendinites.

As principais condições associadas à tendinite nesse sentido incluem:

  • Diabetes: altera a circulação e pode comprometer a capacidade de regeneração dos tendões.
  • Artrite reumatoide: provoca inflamações crônicas que podem atingir os tendões.
  • Medicamentos específicos: alguns medicamentos podem enfraquecer os tendões

Quais cuidados são importantes para manter a saúde dos tendões?

A tendinite pode ser prevenida e, quando diagnosticada, tratada com boas chances de recuperação.

Evitar sobrecarga, manter a musculatura fortalecida e adotar hábitos posturais corretos são atitudes simples que fazem uma grande diferença na saúde dos tendões a curto e longo prazo.

Por que prevenir é o melhor tratamento?

A prevenção da tendinite não depende de mudanças drásticas, mas sim de atenção constante aos sinais do corpo e à forma como nos movimentamos e nos posicionamos. 

Cuidar dos tendões é essencial para garantir mobilidade, funcionalidade e qualidade de vida.

Entre os principais cuidados preventivos, destacam-se:

  • Evitar movimentos repetitivos sem pausas, principalmente em atividades profissionais ou esportivas.
  • Manter uma boa postura, seja sentado, em pé ou durante exercícios.
  • Fortalecer a musculatura ao redor das articulações, para reduzir a carga nos tendões.
  • Realizar alongamentos regulares para manter a flexibilidade e evitar tensões desnecessárias.
  • Utilizar equipamentos e calçados adequados, respeitando o alinhamento do corpo.
  • Cuidar da ergonomia no ambiente de trabalho e no uso de dispositivos eletrônicos.

Como saber se você está sobrecarregando os seus tendões?

Antes que a dor se instale, o corpo costuma dar sinais de alerta, como:

  • Cansaço localizado em articulações específicas.
  • Incômodo leve que surge com a repetição de um mesmo movimento.
  • Rigidez matinal ou após longos períodos na mesma posição.
  • Pequenos estalos ou sensação de atrito durante a movimentação.

Ignorar sinais como esses e manter a rotina sem ajustes pode fazer com que a tendinite se desenvolva ou piore com o tempo, além de também favorecer o desenvolvimento de outros problemas articulares e musculoesqueléticos.

Como tratar a tendinite quando a prevenção não foi suficiente?

Mesmo com cuidados, a tendinite pode se instalar — especialmente em pessoas com predisposição genética, envelhecimento natural dos tecidos ou carga de trabalho elevada.

O tratamento dessa condição depende da gravidade do caso e da fase da inflamação, e deve sempre ser orientado por um profissional de saúde qualificado. 

Conheça a seguir as abordagens mais utilizadas no tratamento da tendinite.

Repouso e adaptação de atividades

Reduzir ou suspender a atividade que provocou a tendinite é o primeiro passo.

É comum o uso de órteses ou imobilizações temporárias para limitar o movimento e dar tempo para o tendão se recuperar.

Tudo isso deve ser indicado por um ortopedista qualificado.

Uso de medicamentos

Certos medicamentos podem ser prescritos pelo médico para aliviar a dor e controlar a inflamação, sempre com acompanhamento.

Em alguns casos, podem ser indicadas infiltrações com corticosteroides, principalmente quando há dor intensa e persistente.

A automedicação não traz resultados precisos e, mesmo se promover alívio, não trata adequadamente a raíz do problema.

Fisioterapia

A fisioterapia é um dos pilares mais importantes no tratamento da tendinite, tanto na fase aguda quanto na reabilitação a longo prazo. 

Seu objetivo principal é restabelecer a função do tendão afetado, aliviar os sintomas e evitar que a inflamação retorne.

Entre as principais técnicas utilizadas, destacam-se:

  • Eletroterapia e ultrassom terapêutico: promovem alívio da dor, melhora da circulação local e aceleração do processo inflamatório para regeneração tecidual.
  • Alongamentos e exercícios de fortalecimento progressivo: adaptados ao estágio da lesão, ajudam a recuperar a amplitude de movimento e a resistência muscular.
  • Reeducação postural e orientação ergonômica: são interessantes para corrigir hábitos que sobrecarregam o tendão no dia a dia, especialmente em atividades profissionais ou domésticas.

Além disso, a fisioterapia atua diretamente na correção de compensações musculares, que ocorrem quando o corpo tenta “proteger” a área inflamada, sobrecarregando outras regiões. 

Corrigir esses desequilíbrios evita o surgimento de novas dores ou lesões secundárias.

Terapias complementares

Em muitos casos, o tratamento da tendinite pode ser potencializado com abordagens complementares, principalmente para controle da dor e relaxamento muscular.

São exemplos de práticas que podem ser interessantes:

  • Acupuntura: estimula pontos específicos para reduzir a dor e modular a inflamação.
  • Liberação miofascial: técnica manual que desfaz tensões e aderências nas fáscias musculares, aliviando a pressão sobre os tendões.
  • Bandagens funcionais (kinesio taping): auxiliam na estabilização da área lesionada e promovem maior conforto durante os movimentos.

Não deixe de conversar com seu ortopedista se buscar qualquer medida complementar.

Cirurgia para tendinite (em casos mais graves)

A cirurgia é uma abordagem raramente indicada, mas que pode ser considerada quando há rompimento parcial ou total do tendão ou em casos crônicos sem resposta ao tratamento convencional. 

O procedimento visa reparar a estrutura lesionada e aliviar a dor persistente

O tempo de recuperação da cirurgia varia conforme o caso, mas geralmente inclui fisioterapia intensiva no pós-operatório.

Quais cuidados são importantes durante e após o tratamento da tendinite?

Mesmo após a recuperação, é fundamental manter cuidados preventivos para evitar novas crises de tendinite:

  • Dê continuidade aos exercícios orientados pelo fisioterapeuta.
  • Evite sobrecarga repetitiva e respeite os limites do seu corpo.
  • Mantenha atenção a qualquer sinal de desconforto ou rigidez, buscando orientação médica ao menor sintoma de recorrência.

Essas atitudes ajudam a manter os tendões saudáveis e a garantir uma recuperação duradoura e eficaz.

A recuperação da tendinite depende da associação entre repouso, tratamento e reeducação dos movimentos. Com orientação adequada e disciplina, é possível retomar suas atividades sem dor e com segurança.

Não deixe de visitar meu site para mais informações. Também podemos agendar uma consulta: é só entrar em contato!

Dr. Gustavo Martins Fontes
Ortopedia e Traumatologia
CRM – 116.821 RQE – 11551

Leia também:

Prevenindo a Tendinite: Dicas práticas para o dia a dia

Sintomas de Tendinite: Como Identificar e Quando Procurar Ajuda


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