Quais são os principais tipos de cirurgia de quadril?

Postado em: 03/04/2025

Quais são os principais tipos de cirurgia de quadril
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Com o tempo, devido ao desgaste natural, lesões ou condições como a osteoartrite, a articulação do quadril pode sofrer danos que limitam a mobilidade e causam dores significativas. Em muitos casos, a Cirurgia de Quadril torna-se necessária para restaurar a qualidade de vida do paciente.

Existem diferentes tipos de procedimentos cirúrgicos e a escolha depende de diversos fatores, como a idade do paciente, seu nível de atividade física e a gravidade da condição. 

A seguir, vou comentar os principais tipos de cirurgia de quadril, explicando as características de cada um e suas principais indicações. 

Continue a leitura se você tem dúvidas sobre algum procedimento que foi indicado para seu caso ou se está enfrentando um problema de quadril e tem inseguranças sobre o tratamento cirúrgico!

Os principais tipos de cirurgia de quadril

As cirurgias de quadril são indicadas em casos em que o tratamento conservador — como medicamentos, fisioterapia e infiltrações — já não apresenta os resultados esperados. 

A escolha da técnica cirúrgica depende do tipo e da gravidade da lesão, da idade do paciente, da presença de deformidades e do nível de atividade física. 

A seguir, apresento os principais tipos de Cirurgia de Quadril e suas indicações.

Artroplastia total de quadril

A artroplastia total de quadril é considerada o tratamento padrão-ouro para quadros avançados de artrose de quadril e outras doenças degenerativas da articulação. 

Ao substituir completamente as estruturas danificadas por próteses metálicas, cerâmicas ou de polietileno, conseguimos restaurar a função do quadril e eliminar a dor que limita as atividades diárias.

Como é realizada a artroplastia total?

O planejamento cirúrgico inclui exames de imagem detalhados e avaliação da anatomia do quadril. 

Durante o procedimento:

  • O osso femoral danificado é removido e substituído por uma haste com cabeça protética;
  • O acetábulo é preparado para receber um componente que simula a cavidade articular, revestido por material de baixo atrito;
  • Em alguns casos, pode-se utilizar cimento ortopédico ou técnicas de encaixe press-fit, dependendo da qualidade óssea.

A reabilitação inicia-se logo após a cirurgia de quadril e é fundamental para evitar complicações como luxações e rigidez. A maioria dos pacientes evolui bem e retoma a independência nas atividades cotidianas.

Artroplastia parcial de quadril

Na artroplastia parcial, substituímos apenas a cabeça do fêmur, preservando o acetábulo. 

Esse tipo de cirurgia de quadril costuma ser mais indicado em casos de fratura do colo do fêmur em idosos, que já possuem mobilidade limitada e não exigem esforços articulares significativos.

Quando optar pela artroplastia parcial?

A hemiartroplastia pode ser uma alternativa adequada quando, por exemplo:

  • A cartilagem do acetábulo está preservada;
  • O objetivo é alívio da dor com recuperação funcional básica;
  • Há contraindicação clínica para uma cirurgia mais extensa.

Apesar de ser menos invasiva, a decisão entre artroplastia total ou parcial depende de uma avaliação criteriosa, considerando riscos de complicações futuras, como o desgaste do acetábulo preservado.

Artroscopia de quadril

A artroscopia é indicada quando há necessidade de tratar lesões específicas na articulação, geralmente em pacientes jovens e ativos. 

Entre as condições mais comuns tratadas por esse tipo de cirurgia de quadril estão o impacto femoroacetabular, lesões labrais e corpos livres intra-articulares.

Quais podem ser os benefícios da artroscopia de quadril?

Por ser minimamente invasiva, a artroscopia oferece benefícios como:

  • Retorno mais rápido às atividades físicas: o tempo de recuperação costuma ser menor em relação a procedimentos mais invasivos, por envolver menores incisões e menor impacto aos tecidos;
  • Menor dor no pós-operatório: o que também é um resultado do menor impacto cirúrgico;
  • Menor risco de complicações em comparação às cirurgias abertas: há menor risco de infecções durante o procedimento, por exemplo.

A artroscopia de quadril é uma excelente opção para preservar a articulação e evitar procedimentos mais agressivos, principalmente em estágios iniciais de doenças.

Osteotomia de quadril

A osteotomia é uma cirurgia de preservação articular voltada a pacientes jovens com alterações estruturais que provocam sobrecarga precoce no quadril, como a displasia acetabular

O objetivo é redistribuir o peso sobre a articulação, corrigindo o eixo e retardando a degeneração.

Quais são as indicações e como é a recuperação da osteotomia?

Essa cirurgia de quadril costuma ser recomendada principalmente para:

  • Jovens com displasia congênita ou adquirida;
  • Casos com dor e limitação funcional, mas com cartilagem ainda preservada;
  • Situações em que se deseja adiar a necessidade de prótese.

A reabilitação após uma osteotomia é mais longa e exige cuidado com carga progressiva.

A fisioterapia intensiva é indispensável para restaurar força, equilíbrio e função. 

O benefício, no entanto, é significativo: retardar a evolução para artrose e manter o quadril natural por mais tempo.

Considerações gerais

Cada tipo de cirurgia de quadril tem suas indicações específicas, vantagens e desafios. 

Por isso, o papel do ortopedista de confiança é fundamental: ele avaliará os exames, entenderá o estilo de vida do paciente e orientará a melhor estratégia para preservar ou restaurar a função articular com segurança e eficiência. 

O sucesso do tratamento cirúrgico depende não apenas da técnica utilizada, mas também da qualidade do acompanhamento pré e pós-operatório.

Qual a cirurgia de quadril ideal para cada caso?

Escolher o tipo de cirurgia de quadril mais adequado requer uma análise individualizada e criteriosa

Não se trata apenas de identificar o grau de comprometimento da articulação, mas de compreender o paciente como um todo: sua idade, nível de atividade física, presença de outras doenças, estilo de vida, profissão, histórico de lesões e até suas expectativas com relação à recuperação.

O ortopedista leva em conta diversos fatores clínicos e funcionais. 

Em pacientes mais jovens com alterações anatômicas, por exemplo, pode-se optar por técnicas que preservem a articulação natural, como a osteotomia ou a artroscopia. 

Já em casos de degeneração avançada, principalmente em pessoas com dor intensa e limitações severas, a artroplastia total costuma ser o procedimento de escolha.

Cirurgias de preservação articular para pacientes jovens

Quando o quadril ainda apresenta cartilagem viável, mas há alterações estruturais que favorecem o desgaste precoce — como displasia, impacto femoroacetabular ou lesões labrais — o objetivo é corrigir essas alterações antes que evoluam para artrose. 

Nestes casos, a artroscopia ou a osteotomia são as melhores opções.

Artroplastia parcial ou total em pacientes mais idosos

Em pacientes acima dos 65 anos, a decisão entre artroplastia parcial ou total envolve avaliar a integridade do acetábulo e a condição funcional do paciente.

Pacientes ativos com artrose avançada

Em pessoas com artrose já estabelecida, mas que ainda mantêm um nível razoável de atividade física e desejo de qualidade de vida, a artroplastia total com próteses modernas, como as de cerâmica ou metal de alto desempenho, pode oferecer excelente durabilidade. 

Essas próteses permitem movimentos mais naturais e têm menor risco de desgaste, sendo ideais para quem ainda pretende manter uma rotina mais ativa.

É sempre importante discutir com o ortopedista sobre o tipo de prótese mais adequado para cada caso, avaliando indicações, expectativas realistas e possíveis contraindicações.

Tecnologia e personalização no planejamento cirúrgico

Atualmente, a cirurgia de quadril pode contar com técnicas de imagem avançadas, softwares de planejamento 3D e próteses personalizadas, que tornam o procedimento mais preciso e adaptado à anatomia individual do paciente. 

Esses avanços permitem prever melhor os resultados, reduzir o tempo operatório e minimizar o risco de complicações.

Além disso, as técnicas minimamente invasivas têm permitido incisões menores, menor perda de sangue e recuperação mais rápida, quando bem indicadas. 

Tudo isso reforça a importância de contar com um ortopedista experiente e atualizado, capaz de integrar os recursos disponíveis às necessidades reais de cada pessoa.

A escolha compartilhada da melhor cirurgia de quadril

É fundamental que a decisão sobre a cirurgia de quadril seja feita de forma compartilhada entre médico e paciente

O ortopedista deve explicar com clareza os prós e contras de cada procedimento, o tempo de recuperação esperado, as limitações temporárias e os cuidados pós-operatórios. 

Com base nesse diálogo, o paciente se sente mais seguro, consciente e motivado a participar ativamente do processo de reabilitação.

É fundamental que você escolha um médico com quem se sinta confortável, à vontade para fazer perguntas, relatar qualquer tipo de desconforto e conversar abertamente sobre suas expectativas e desafios.

Cada cirurgia de quadril tem sua indicação precisa, e o sucesso do tratamento está diretamente ligado à escolha correta da técnica e à confiança entre paciente e equipe médica.

Fatores que influenciam o melhor momento para operar

A decisão sobre quando realizar uma cirurgia de quadril não depende apenas da intensidade da dor, mas também de diversos fatores clínicos e pessoais que devem ser analisados com atenção. 

Entre eles, estão a velocidade de progressão da doença, a resposta ao tratamento conservador, o nível de limitação nas atividades diárias e os objetivos do paciente em relação à sua qualidade de vida.

Por exemplo, um paciente que ainda consegue realizar suas tarefas com alguma adaptação, mas deseja manter um estilo de vida ativo, pode considerar uma abordagem cirúrgica mais precoce, desde que haja indicação. 

Por outro lado, pessoas que ainda respondem bem à fisioterapia e aos ajustes de rotina podem adiar a cirurgia com segurança, desde que sob acompanhamento médico.

Aspectos como saúde geral, apoio familiar no pós-operatório, plano de reabilitação e organização da rotina também pesam na escolha do melhor momento para operar. 

Esse planejamento conjunto entre paciente e ortopedista garante maior segurança e previsibilidade nos resultados.

A importância do pós-operatório no sucesso da cirurgia de quadril

Independentemente do tipo de cirurgia realizada, o período pós-operatório é determinante para o sucesso do tratamento. 

A recuperação envolve etapas bem definidas, que vão desde o controle da dor nas primeiras semanas até o fortalecimento muscular e o retorno gradual às atividades.

O papel da fisioterapia pós-cirúrgica 

A fisioterapia tem papel central nesse processo, atuando na reeducação do movimento, no equilíbrio e na prevenção de complicações como deslocamento da prótese ou rigidez articular

Recomendações médicas específicas

A adesão às orientações médicas, como evitar cruzar as pernas, manter o peso controlado e usar dispositivos de apoio quando indicado, faz toda a diferença nos resultados a médio e longo prazo.

O acompanhamento regular com o ortopedista também é essencial para avaliar a evolução da cicatrização, realizar exames de imagem e, se necessário, ajustar a abordagem. 

Esse cuidado contínuo garante não apenas a durabilidade da cirurgia de quadril, mas também a retomada plena da autonomia do paciente.

Espero que tenha gostado de saber mais sobre os diferentes tipos de cirurgia de quadril e suas possibilidades. Conversar com um especialista é o primeiro passo para entender se algum desses procedimentos é o melhor caminho para você ou se existem outras alternativas para promover a saúde da sua articulação!

Não deixe de visitar meu site para mais informações sobre os procedimentos que realizo e agende uma consulta para que possamos conversar!

Dr. Gustavo Martins Fontes
Ortopedia e Traumatologia
CRM – 116.821 RQE – 11551

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